Chegou ao fim mais um ciclo de pilotagens iTEC... sendo este o último, justifica-se refletir mais profundamente sobre os principais aspetos inerentes ao seu desenvolvimento.
Foram cerca de 4 meses de exigente e árduo trabalho!
Neste ciclo a turma ficou dividida em quatro grupos cuja constituição resultou da escolha da própria turma, de acordo com três condições que lhes coloquei: a) os três novos alunos integrados na turma por estarem a repetir o 9ºano, deveriam estar em equipas diferentes; b) em cada equipa deveria estar pelo menos um aluno com mais facilidades no domínio das TIC; c) em cada equipa deveria estar um elemento com facilidade no domínio da língua inglesa.
O “cenário de aprendizagem” para este ciclo foi “Utilização de Tecnologias para Enriquecer os Processos de Ensino e Aprendizagem” e a "História de Aprendizagem" (HA) consistiu na “Construção de um Website”. Em concreto, pretendia-se que cada equipa construísse um website relacionado com o currículo para apresentar à comunidade.
Assim cada equipa foi desafiada a criar um website no âmbito do tema "Opções que interferem no equilíbrios do organismo - tabaco, droga, álcool, atividade física, alimentação, higiene...". Dentro deste tema cada uma das equipa escolheu um subtema dentro das sua preferências:
- A equipa verde (Carina Silva, Flora Hentz, Dan Turcanu, Joana Paulino e Jule Ferl) - optou pelo subtema "Alimentação equilibrada - combate à obesidade".
- A equipa mostrada (Joana Machado, Mónica Martins, Rafael Botelho e Tiago Cortes) - optou pelo subtema "Álcool / alcoolismo".
- A equipa azul (Andreia Guerreiro, Cláudio Lourenço, David Santos e Mariana Alexandre) - optou pelo subtema "Drogas ilícitas".
- A equipa rosa (Alexandre Rodrigues, António Rodrigues, Diana Silva e Beatriz Miguel) - optou pelo tema "Atividade física / sedentarismo".
A HA desenvolveu-se ao longo das Atividades de Aprendizagem (AA): Sonhar, Explorar, Mapear, Fazer, Perguntar / Refazer, Mostrar, Colaborar e Refletir. Para cada uma foram disponibilizados documentos de apoio na Google drive. As duas últimas decorreram de forma contínua ao longo do projeto.
Visando atingir um nível superior ao diagnosticado, em termos de "maturidade em inovação", o desenvolvimento da HA apostou num incremento da autonomia dos alunos. Cada equipa definiu as suas metodologias e os seus procedimentos: a distribuição das tarefas / dos papeis, as checklists semanais, a critérios de autoavaliação e heteroavaliação... para além de coordenar e facilitar os processos, também questionei e desafiei os alunos a resolver os diferentes "problemas" de forma autónoma, criativa e inovadora. Prestei um apoio mais direto quando senti que uma equipa evidenciava dificuldades em ultrapassar obstáculos que foram surgindo.
Nos ciclos iTEC anteriores o apoio direto foi mais vincado, neste a exigência no que toca à autonomia das equipas foi muito superior.
Apesar de todas as equipas terem gostado do resultado final, queixaram-se do grau de exigência imposto em termos da quantidade de trabalho a desenvolver. Alguns sentiram falta do habitual acompanhamento mais direto da minha parte, ou seja, revelaram dificuldades em assumir autonomamente alguns dos desafios do projeto. A maioria dos alunos tornou-se mais autónoma e viu neste aspeto uma verdadeira vantagem no melhoramento do seu desempenho escolar, em geral. Também houve um incremento em termos de criatividade e espírito crítico. Por outro lado, a capacidade de comunicação exigida para apresentar e defender projetos evoluiu notoriamente, todos os alunos evidenciaram uma maior destreza neste contexto.
A literacia digital, a colaboração, o pensamento crítico, a criatividade e a resolução de problemas foram outras capacidades que beneficiaram com o desenvolvimento desta HA. Mesmo nos alunos menos empenhados estas capacidades melhoraram.
Em termos de resultados dos alunos, aplicando os critérios de avaliação negociados na turma e aprovados pelo Conselho Pedagógico, verificou-se que a média global da turma no âmbito do projeto iTEC foi de 67,8%, sendo a média mais baixa de 48% e a média mais alta de 98%. No final do período, em que o projeto iTEC correspondia a 30% da média final, apenas um aluno da turma apresentou falta de aproveitamento, tendo obtido nível 2.
As ferramentas digitais foram fundamentais no desenvolvimento da HA. Sendo o objetivo final a construção de um website, obviamente este só poderia ser alcançado com recurso a ferramentas digitais, neste caso as plataformas Wix e Weebly foram as usadas. Por outro lado, o contacto com colaboradores externos e peritos, o trabalho colaborativo assíncrono, a partilha de materiais e reflexões, a monitorização dos processos, o recurso a formas mais apelativas de organizar, divulgar e aceder a informação, também foram facilitados pelo recursos a ferramentas digitais.
Em termos de ferramentas digitais tiveram particular destaque, neste ciclo, os widgets. Mesmo quando a iTEC Widget Store esteve inacessível, depois de termos (eu e os alunos) percebido os procedimentos, fomos criando widgets com cada vez mais facilidade. Alguns alunos conseguiram mesmo decorar a sequência da linguagem de programação implicada... Só no final é que exploramos mais a iTEC Widget Store para criar. No que toca a esta última ferramenta, verificou-se que os alunos raramente encontraram um widget que correspondesse ao que procuravam ou subordinado ao tema.
O TeamUp foi outras das ferramentas usadas para gravar reflexões semanais acerca do desenvolvimento das várias AA.
Durante a implementação da História de Aprendizagem, também foram usadas as seguintes ferramentas digitais:
- Ferramentas de colaboração (Facebook; Google doc's; Google drive).
- Ferramentas de comunicação (Fóruns, chat's, sistema de comentários no google doc's, e-mail e mensagens de texto).
- Dispositivo de captura de dados (como sejam máquina fotográfica digital, câmara de vídeo digital, gravador de voz, webcam)
- Recursos digitais (online e offline, como sejam bases de dados, livros eletrónicos, animações, vídeos, software educativo, etc.).
- Sistema de informação de alunos (ferramenta de avaliação de aprendizagens, ferramenta de relatórios de alunos, ferramenta de gestão de tarefas).
- Aprendizagem baseada em jogos (criação de jogos no scratch).
- Sistemas de resposta interativa para os alunos.
- Dispositivos móveis (smartphones e tablets).
- Sites de partilha de música/fotos/vídeos/diapositivos.
- Plataforma de aprendizagem Moodle.
Ao longo deste ciclo foram surgindo algumas dificuldades, nomeadamente no que diz respeito ao domínio das tecnologias propriamente dito, que foram sendo superadas graças ao diálogo com outros professores na comunidade iTEC, sendo este um aspeto facilitador do desenvolvimento do projeto. Outro aspeto que contribuiu positivamente foi o empenho dos líderes das equipas que, no geral, promoveram o cumprimento das tarefas inerentes a esse desenvolvimento. Na verdade, apesar de duas das quatro equipas, não terem sido completamente cumpridoras, nomeadamente nas gravações de reflexões no TeamUp e na atualização dos respetivos blogues, todas conseguiram apresentar um produto final com alguma qualidade. Embora dois mereçam particular destaque, tanto em termos gráficos, como em termos científicos e de riqueza de recursos disponíveis.
Em termos pedagógicos, as várias fases previstas, possibilitaram a articulação das metas de aprendizagem contempladas no currículo, embora com algumas condicionantes inerentes a prazos. É de destacar o grau de articulação entre o "conhecimento substantivo", o “conhecimento processual”, o “conhecimento epistemológico”, as capacidades de “raciocínio” e “comunicação”, e as atitudes inerentes ao trabalho em Ciências (curiosidade, perseverança, reflexão, espírito crítico, aceitar o erro, a incerteza e a crítica, flexibilidade para reformular o trabalho…) possível de se estabelecer seguindo esta metodologia. Por outro lado, a avaliação assumiu um papel regulador das aprendizagens prevalecendo o seu carater formativo, visando a monitorização dos processos e centrando-se mais no desenvolvimento de competências, implicando ativamente os alunos. De uma maneira geral o desenvolvimento do projeto iTEC possibilitou a integração de novas tecnologias no processo ensino - aprendizagem, de forma sustentada e articuladas com as demais, explorando as suas potencialidades para tornar cada vez mais aliciantes e motivadoras as dinâmicas e no desenvolvimento das competências exigidas a um cidadão do século XXI.
Foram cerca de 4 meses de exigente e árduo trabalho!
Neste ciclo a turma ficou dividida em quatro grupos cuja constituição resultou da escolha da própria turma, de acordo com três condições que lhes coloquei: a) os três novos alunos integrados na turma por estarem a repetir o 9ºano, deveriam estar em equipas diferentes; b) em cada equipa deveria estar pelo menos um aluno com mais facilidades no domínio das TIC; c) em cada equipa deveria estar um elemento com facilidade no domínio da língua inglesa.
O “cenário de aprendizagem” para este ciclo foi “Utilização de Tecnologias para Enriquecer os Processos de Ensino e Aprendizagem” e a "História de Aprendizagem" (HA) consistiu na “Construção de um Website”. Em concreto, pretendia-se que cada equipa construísse um website relacionado com o currículo para apresentar à comunidade.
Assim cada equipa foi desafiada a criar um website no âmbito do tema "Opções que interferem no equilíbrios do organismo - tabaco, droga, álcool, atividade física, alimentação, higiene...". Dentro deste tema cada uma das equipa escolheu um subtema dentro das sua preferências:
- A equipa verde (Carina Silva, Flora Hentz, Dan Turcanu, Joana Paulino e Jule Ferl) - optou pelo subtema "Alimentação equilibrada - combate à obesidade".
- A equipa mostrada (Joana Machado, Mónica Martins, Rafael Botelho e Tiago Cortes) - optou pelo subtema "Álcool / alcoolismo".
- A equipa azul (Andreia Guerreiro, Cláudio Lourenço, David Santos e Mariana Alexandre) - optou pelo subtema "Drogas ilícitas".
- A equipa rosa (Alexandre Rodrigues, António Rodrigues, Diana Silva e Beatriz Miguel) - optou pelo tema "Atividade física / sedentarismo".
A HA desenvolveu-se ao longo das Atividades de Aprendizagem (AA): Sonhar, Explorar, Mapear, Fazer, Perguntar / Refazer, Mostrar, Colaborar e Refletir. Para cada uma foram disponibilizados documentos de apoio na Google drive. As duas últimas decorreram de forma contínua ao longo do projeto.
Visando atingir um nível superior ao diagnosticado, em termos de "maturidade em inovação", o desenvolvimento da HA apostou num incremento da autonomia dos alunos. Cada equipa definiu as suas metodologias e os seus procedimentos: a distribuição das tarefas / dos papeis, as checklists semanais, a critérios de autoavaliação e heteroavaliação... para além de coordenar e facilitar os processos, também questionei e desafiei os alunos a resolver os diferentes "problemas" de forma autónoma, criativa e inovadora. Prestei um apoio mais direto quando senti que uma equipa evidenciava dificuldades em ultrapassar obstáculos que foram surgindo.
Nos ciclos iTEC anteriores o apoio direto foi mais vincado, neste a exigência no que toca à autonomia das equipas foi muito superior.
Apesar de todas as equipas terem gostado do resultado final, queixaram-se do grau de exigência imposto em termos da quantidade de trabalho a desenvolver. Alguns sentiram falta do habitual acompanhamento mais direto da minha parte, ou seja, revelaram dificuldades em assumir autonomamente alguns dos desafios do projeto. A maioria dos alunos tornou-se mais autónoma e viu neste aspeto uma verdadeira vantagem no melhoramento do seu desempenho escolar, em geral. Também houve um incremento em termos de criatividade e espírito crítico. Por outro lado, a capacidade de comunicação exigida para apresentar e defender projetos evoluiu notoriamente, todos os alunos evidenciaram uma maior destreza neste contexto.
A literacia digital, a colaboração, o pensamento crítico, a criatividade e a resolução de problemas foram outras capacidades que beneficiaram com o desenvolvimento desta HA. Mesmo nos alunos menos empenhados estas capacidades melhoraram.
Em termos de resultados dos alunos, aplicando os critérios de avaliação negociados na turma e aprovados pelo Conselho Pedagógico, verificou-se que a média global da turma no âmbito do projeto iTEC foi de 67,8%, sendo a média mais baixa de 48% e a média mais alta de 98%. No final do período, em que o projeto iTEC correspondia a 30% da média final, apenas um aluno da turma apresentou falta de aproveitamento, tendo obtido nível 2.
As ferramentas digitais foram fundamentais no desenvolvimento da HA. Sendo o objetivo final a construção de um website, obviamente este só poderia ser alcançado com recurso a ferramentas digitais, neste caso as plataformas Wix e Weebly foram as usadas. Por outro lado, o contacto com colaboradores externos e peritos, o trabalho colaborativo assíncrono, a partilha de materiais e reflexões, a monitorização dos processos, o recurso a formas mais apelativas de organizar, divulgar e aceder a informação, também foram facilitados pelo recursos a ferramentas digitais.
Em termos de ferramentas digitais tiveram particular destaque, neste ciclo, os widgets. Mesmo quando a iTEC Widget Store esteve inacessível, depois de termos (eu e os alunos) percebido os procedimentos, fomos criando widgets com cada vez mais facilidade. Alguns alunos conseguiram mesmo decorar a sequência da linguagem de programação implicada... Só no final é que exploramos mais a iTEC Widget Store para criar. No que toca a esta última ferramenta, verificou-se que os alunos raramente encontraram um widget que correspondesse ao que procuravam ou subordinado ao tema.
O TeamUp foi outras das ferramentas usadas para gravar reflexões semanais acerca do desenvolvimento das várias AA.
Durante a implementação da História de Aprendizagem, também foram usadas as seguintes ferramentas digitais:
- Ferramentas de colaboração (Facebook; Google doc's; Google drive).
- Ferramentas de comunicação (Fóruns, chat's, sistema de comentários no google doc's, e-mail e mensagens de texto).
- Dispositivo de captura de dados (como sejam máquina fotográfica digital, câmara de vídeo digital, gravador de voz, webcam)
- Recursos digitais (online e offline, como sejam bases de dados, livros eletrónicos, animações, vídeos, software educativo, etc.).
- Sistema de informação de alunos (ferramenta de avaliação de aprendizagens, ferramenta de relatórios de alunos, ferramenta de gestão de tarefas).
- Aprendizagem baseada em jogos (criação de jogos no scratch).
- Sistemas de resposta interativa para os alunos.
- Dispositivos móveis (smartphones e tablets).
- Sites de partilha de música/fotos/vídeos/diapositivos.
- Plataforma de aprendizagem Moodle.
Ao longo deste ciclo foram surgindo algumas dificuldades, nomeadamente no que diz respeito ao domínio das tecnologias propriamente dito, que foram sendo superadas graças ao diálogo com outros professores na comunidade iTEC, sendo este um aspeto facilitador do desenvolvimento do projeto. Outro aspeto que contribuiu positivamente foi o empenho dos líderes das equipas que, no geral, promoveram o cumprimento das tarefas inerentes a esse desenvolvimento. Na verdade, apesar de duas das quatro equipas, não terem sido completamente cumpridoras, nomeadamente nas gravações de reflexões no TeamUp e na atualização dos respetivos blogues, todas conseguiram apresentar um produto final com alguma qualidade. Embora dois mereçam particular destaque, tanto em termos gráficos, como em termos científicos e de riqueza de recursos disponíveis.
Em termos pedagógicos, as várias fases previstas, possibilitaram a articulação das metas de aprendizagem contempladas no currículo, embora com algumas condicionantes inerentes a prazos. É de destacar o grau de articulação entre o "conhecimento substantivo", o “conhecimento processual”, o “conhecimento epistemológico”, as capacidades de “raciocínio” e “comunicação”, e as atitudes inerentes ao trabalho em Ciências (curiosidade, perseverança, reflexão, espírito crítico, aceitar o erro, a incerteza e a crítica, flexibilidade para reformular o trabalho…) possível de se estabelecer seguindo esta metodologia. Por outro lado, a avaliação assumiu um papel regulador das aprendizagens prevalecendo o seu carater formativo, visando a monitorização dos processos e centrando-se mais no desenvolvimento de competências, implicando ativamente os alunos. De uma maneira geral o desenvolvimento do projeto iTEC possibilitou a integração de novas tecnologias no processo ensino - aprendizagem, de forma sustentada e articuladas com as demais, explorando as suas potencialidades para tornar cada vez mais aliciantes e motivadoras as dinâmicas e no desenvolvimento das competências exigidas a um cidadão do século XXI.
Em suma o balanço só pode ser positivo!
Até breve!